Perda auditiva ocupacional é tema de palestra na Sipat

A fonoaudióloga Virgínia Brás da Silva, do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas, ministrou palestra sobre “Perda auditiva ocupacional” na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho) aos colaboradores presentes ao anfiteatro 1 (Bloco Murici). Tendo em vista que a audição é um dos principais meios de contato do indivíduo com o mundo externo, desempenhando papel fundamental na sua integração com a sociedade, a perda auditiva, em qualquer grau, reduz a inteligibilidade da mensagem falada para a interpretação apurada ou para a aprendizagem.

Segundo estudos, a perda auditiva ocupacional corresponde a 15% das doenças ocupacionais adquiridas em uma empresa na qual trabalhadores estão expostos ao ruído elevado. A legislação federal ampara o trabalhador quanto à prevenção e à proteção aos riscos a que estão expostos, mas depende muito de cada indivíduo, que precisa manter-se atento às medidas preventivas. O Programa de Conservação Auditiva (PCA), segundo a fonoaudióloga Virgínia Brás da Silva, é obrigatório em todas as empresas, tendo em vista que tem por objetivo prevenir o trabalhador e protegê-lo dos riscos que possam prejudicar a sua audição. “O PCA é importante porque protege o trabalhador contra a exposição ao ruído e contribui para que haja maior produtividade e melhor qualidade de vida. Mas, é preciso que tenhamos cuidado com a exposição ao ruído, preferencialmente usando equipamentos de proteção e utilizando fones de ouvido com moderação porque para a perda auditiva decorrente da exposição ao ruído só mesmo com o uso de aparelhos auditivos”, acrescenta.

Segundo o Ministério da Saúde, sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas. A exposição ao ruído é a terceira maior causa de perda auditiva, sendo que a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) uma vez instalada no indivíduo não tem cura, o que pode ser evitado é que a doença evolua. A PAIR apresenta diversos sinais e sintomas auditivos (perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som) e transtornos auditivos (comportamentais, cardiovasculares, digestivos, vestibulares, neurológicos e de comunicação).

De acordo com Virgínia Brás da Silva, a perda auditiva normalmente tem origem genética ou causada por infecção, diabetes, hipertensão, sífilis, medicamentos ototóxicos, níveis de pressão sonora elevados, envelhecimento, doença renal e exposição a produtos químicos ototóxicos, sendo que a perda auditiva ocupacional decorre da exposição ao ruído, à vibração e aos produtos químicos.  Além dos efeitos auditivos impostos pelo nível de pressão sonora elevada (zumbido, dificuldades de entendimento da fala e perda da audição), ainda há os efeitos extra-auditivos afetam todo o organismo (dores de cabeça, gastrite, hipertensão, insônia, impotência sexual, estresse e irritabilidade).