Mesa redonda sobre o autismo na visão multidisciplinar lota o auditório
Tendo como mediadora a professora Ana Karolina Zampronio Bassi, mesa redonda destacando o tema “O autismo na visão multidisciplinar”, promovido pelo Departamento de Extensão e envolvendo os cursos de medicina, fonoaudiologia e nutrição, levou grande público, formado por acadêmicos da área de saúde, ao auditório da Faculdade São Lucas. Profissionais das áreas de medicina, fonoaudiologia, psicologia e nutrição se revezaram em palestras enfatizando os temas “Neurologia: Desafios no diagnóstico e tratamento do autismo” (Dr. Pauzanes de Carvalho Filho), “Fonoaudiologia: Propostas da reabilitação fonoaudiológica no autismo” (Tames Cristina Oliveira Lima), “Psicologia: Acolhimento familiar e apoio psicológico à pessoa autista” (Ana Carolina Teixeira Gomes), e “Nutrição: Orientação nutricional aos familiares” (Cíntia Carla Maciel Souza).
O neurologista Pauzanes de Carvalho Filho evidenciou o autismo como um problema clínico que incomoda a medicina, a fonoaudiologia e a psicologia, informando sobre o aumento da incidência do autismo em todo o mundo. A fonoaudióloga Tames Cristina Oliveira Lima destacou o trabalho que vem sendo realizado no acompanhamento de um grupo de pessoas autistas no ambulatório de autismo na Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas. Segundo ela, o trabalho é direcionado à reabilitação de crianças com transtornos do espectro autista porque a Clínica de Fonoaudiologia criou um grupo específico para estudo de casos de crianças com autismo. Com idade entre 3 e 9 anos, 15 crianças com diagnóstico autista são atendidas. Tames Cristina enfatizou que o envolvimento dos pais é fundamental para o processo de reabilitação das crianças. “O grande diferencial é a aceitação ativa dos pais porque isso vai contribuir para o trabalho de reabilitação da criança, ajudando no processo de aprendizado e no desenvolvimento da atenção compartilhada. É importante valorizar qualquer avanço no processo de evolução”, argumentou.
Fatores psicológicos também são fundamentais para as famílias com crianças autistas. Sobre esse aspecto, a psicóloga Ana Karolina Teixeira, docente dos cursos de Fonoaudiologia e Fisioterapia, abordou a importância do apoio psicológico, considerando que as dificuldades comportamentais existem e normalmente variam muito de caso para caso. Ela orientou sobre as dificuldades da criança autista em lidar com o respeito ou com limites que lhe são impostos. “A criança autista tem dificuldades de relacionamento e normalmente não costumam chamar a atenção dos pais, e a agressividade vem por conta das dificuldades em expressar o que sentem”, observou a psicóloga. Ana Karolina Teixeira também destacou que a descoberta exige mudanças na estrutura familiar, incluindo a busca por orientação e a adaptação comportamental. “Em alguns momentos a criança chega a ignorar os pais, sendo importante o trabalho no campo emocional, tendo em vista que os pais ficam sem saber o que fazer”, disse.
O tema “Orientação nutricional aos familiares de crianças autistas” também fez parte da mesa redonda sobre “O autismo na visão multidisciplinar”. Com abordagens da nutricionista Cíntia Carla Maciel Souza, egressa do curso de nutrição da Faculdade São Lucas, o tema esteve fundamentado na necessidade da intervenção nutricional no autismo. Mãe de um filho autista de 10 anos, Cíntia Carla Maciel disse que o autismo é um distúrbio multifatorial porque engloba distúrbios biológicos, fisiológicos e metabólicos. Aos acadêmicos presentes ao auditório do campus universitário, a nutricionista fez amplo relato de fatores que estão diretamente relacionados ao autismo, destacando, dentre outras causas, que as deficiências nutricionais causam o desequilíbrio da flora intestinal da criança autista. A mesa redonda fez parte da campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis para o Dia do Bem, realizado pelo SGC (Sistema Gurgacz de Comunicação), que inclui o Jornal Diário da Amazônia, a Rede TV Rondônia e a Rádio Globo Rondônia.