Mesa redonda destaca riscos de quedas em idosos
O tema “Instabilidade postural do idoso e o risco de quedas”, ministrado em palestra do fisioterapeuta Omar Rahhal, foi destaque de mesa redonda sobre Cuidado Interdisciplinar ao Idoso, parte da programação da II Jornada Científica de Enfermagem da Faculdade São Lucas. Rahhal informou que 70% das quedas acontecem no ambiente domiciliar e podem causar graves consequências, podem até levar a óbito. O fisioterapeuta observou que, se não corrigida, a instabilidade postural é um dos agravantes para a queda. “No Brasil, 30% dos idosos sofrem pelo menos uma queda a cada ano e o risco de fratura aumenta com o avanço da idade. Quanto maior a idade, maior também é o nível de fragilidade”, salientou.
A instabilidade pode ser definida como a falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço, e essa instabilidade acarreta o risco de queda. Segundo Omar Rahhal, as causas de uma queda podem ser de natureza intrínseca (relacionada ao organismo do indivíduo), ou extrínseca (relacionada com o ambiente). Os fatores intrínsecos incluem alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, doenças e medicamentos que acarretam risco de queda para os idosos. As causas extrínsecas incluem os perigos ambientais, como piso escorregadio e áreas pouco iluminadas.
A instabilidade postural aumenta com o envelhecimento e se manifesta por uma diminuição de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. A manutenção da estabilidade postural é uma função complexa, que requer integração central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas, todas sofrendo declínio funcional com o envelhecimento. O tempo da reação também aumenta, aumentando o intervalo entre a percepção do perigo e a ação para evitá-lo. Muitas alterações artríticas e neuromusculares patológicas podem prejudicar a marcha e aumentar o risco de queda. Na doença de Parkinson é afetada muito a estabilidade postural, e assumem uma postura fletida, inclinada para frente e uma marcha arrastada, levantando ligeiramente os pés do solo. Outro fator é a fraqueza muscular secundária à , hiper e hipotireoidismo, polimialgia reumática e osteoartrite do joelho contribuem para uma marcha lenta, cautelosa e fixa, acompanhada de gingado, dificuldade para subir escadas e propensão a sofrer uma queda.
Pessoas idosas que recebem terapêutica medicamentosa caem mais frequentemente do que as que não recebem. O uso de múltiplos medicamentos associados às múltiplas doenças, e a suscetibilidade à toxidade por drogas relacionadas à idade levam coordenação deficiente, confusão e arritmias cardíacas. O fator psicológico também contribui para a incidência de quedas porque pacientes idosos não aceitam o declínio das suas capacidades sensoriais e motoras, e tendem a sofrer quedas como um resultado da superestimação de suas capacidades de realizar as atividades da juventude. Para manter uma imagem de capacidade e independência, uma pessoa idosa pode se recusar a usar um dispositivo de apoio ou de aceitar assistência para realizar atividades como levantar da cama ou ir ao banheiro.
Um grande número de quedas acontece quando há um período de estresse emocional transitório. Como resultado, os pacientes de tornam raivosos, ansiosos, desorientados ou deprimidos, e menos atentos aos perigos ambientais. Pessoas idosas com depressão frequentemente se tornam confusas e desorientadas e com falta de percepção do ambiente. “Todos envelheceremos e precisamos refletir sobre como desejaremos ser tratados. Assim certamente valorizaremos bem mais os nossos idosos, que precisam de toda a nossa atenção”, concluiu o palestrante. A mesa redonda também abordou os temas “Nutrição do idoso dependente” (nutricionista Alcione Altini Paes) e “Cuidados de enfermagem ao idoso com ostomias definitivas” (enfermeira Juliana Albuquerque).