Homenagem ao dia do Fisioterapeuta: Entrevista com Simone Pedrozo Fragoas

O Dia do Fisioterapeuta é celebrado no dia 13 de outubro e nesta data, o Centro Universitário São Lucas entrevistou a profissional Simone Pedrozo Fragoas que é Fisioterapeuta graduada pela Universidade São Judas Tadeu, Especialista em Fisioterapia Saúde da Mulher pela Universidade de Ribeiro Preto (UNAERP) e Formação em Reeducação Postural Global - Estruturação Postural Integrada. Atualmente é docente do UNISL no curso de Fisioterapia com as disciplinas fisioterapia gineco-obstétrica e urológica, fisioterapia dermatofuncional, supervisão do estágio de fisioterapia gineco-obstétrica e urológica e coordenadora das atividades de extensão do curso de fisioterapia.

 

Confira a entrevista na íntegra:

 

UNISL: Por que escolheu estudar Fisioterapia? O que o motivou?

Fisioterapeuta:Sempre quis a medicina e a busquei incansavelmente por três anos consecutivos, quando durante esse período tive estafa mental pelas horas a fio de estudos precisando me ausentar da sala de aula do cursinho preparatório. Nessa mesma época minha irmã ingressou no curso de Fisioterapia e comecei a acompanhar, me despertando grande interesse na área de Fisioterapia, quando pude então perceber que esta profissão tinha uma afinidade grande com o curso de medicina, proporcionando um amplo campo de atuação. E, assim segui na área de fisioterapia e este ano completo 14 anos de profissão.

 

UNISL: Do que a senhora mais gosta na sua profissão?

Fisioterapeuta:Sinto-me muita grata em poder colaborar com a recuperação dos enfermos aliviando dores, minimizando ou restabelecendo incapacidades funcionais, além de proporcionar qualidade de vida. Não tem retorno financeiro que supere cada sorriso e o muito obrigado, muitas vezes ao final do dia, te agradecendo por estar se sentindo bem. Para dizer a verdade, ganho meu dia quando o paciente traz esse tipo de retorno.

 

 

UNISL: O que mais marcou sua vida como fisioterapeuta?

Fisioterapeuta:Desde a graduação tive grande afinidade pela área da saúde da mulher, e desde então, o trabalho com pacientes de pós-operatório de câncer de mama marcou minha trajetória na fisioterapia. Nunca me esqueço de quando estava no terceiro ano do curso de fisioterapia e veio o primeiro desafio de realizar um estudo de caso com paciente de pós-operatório de câncer mama com diversas sequelas, onde uma delas era uma neuropatia periférica conhecida como Distrofia Simpático Reflexa, e a resposta que obtive em todo quadro clínico foi significativa trazendo grandes melhoras em seu quadro álgico, amplitude de movimento, força muscular e alinhamento postural; além de poder vivenciar a emoção estampada em sua face de pela primeira vez, já na terceira idade, entrar em uma piscina. E, ao me formar fui buscar me especializar na área de Saúde da Mulher, e sempre segui a oncologia na reabilitação de pacientes mastectomizadas, uma das minhas grandes paixões.

 

UNISL: Quais os desafios do atual momento da Fisioterapia, em sua opinião?

Fisioterapeuta:A fisioterapia sempre viveu a desvalorização financeira com baixa remuneração desde a esfera pública à privada, com baixo piso salarial bem como repasse pelos planos de saúde. E, tal fato já vem repercutindo na busca pela profissão. Não é difícil de escutar de alunos que estão finalizando o ensino médio que a fisioterapia é uma profissão muito bonita pelo fato de poder sempre ajudar as pessoas, porém paga pouco. Muitas vezes nos questionam quanto ao salário de fisioterapeuta. Contudo, ressalto que muitos fisioterapeutas empreendedores também colaboram com essa desvalorização quando ao contratar um profissional faz um contrato á base de produtividade, ou seja, estabelece um fixo baixo e o paga por produção/procedimento realizado, e muitas vezes sem registro em carteira de trabalho.

 

 

UNISL: O que é essencial para ser um bom profissional?

Fisioterapeuta:Para decidir não basta apenas coragem, senão sempre tomarão decisões ingênuas, precipitadas e inconsequentes. É necessária SABEDORIA, lembrando-se das horas que passamos estudando, afinal, nos esforçamos e com certeza ficou algo deste esforço, CALMA, pois toda vez que ficarmos aflitos tenderemos a não dar o máximo de nós, e por fim EMPATIA, olhar o paciente com a compreensão de se imaginar no lugar dele é fundamental para que ao decidirmos não sejamos arbitrários, impositivos e descontextualizados.

 

UNISL: Que mensagem você daria para um fisioterapeuta em início de carreira ou um acadêmico de Fisioterapia?

Fisioterapeuta:Orgulhem-se de suas histórias, porque vocês decidiram sobre ela, e em breve os últimos 4 anos farão parte do passado, e não haverá mais o que decidir sobre eles. No entanto, ainda têm muitos anos para decidir a história de vocês e a de outros. Por isso, peço a vocês decidam por serem felizes, pelo bem do próximo e por uma fisioterapia digna para vocês e seus pacientes!