Grupo terapêutico atende pessoas com autismo
Um grupo terapêutico criado na estrutura da Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas atua no atendimento de pessoas com autismo, principalmente orientando os pais sobre como lidar com a situação. Na quarta-feira, dia 2, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a fonoaudióloga Tames Cristina Lima reuniu os pais das pessoas atendidas com terapia na clínica para uma palestra, cujo foco esteve direcionado à troca de informações e de experiências. A fonoaudióloga avaliou a atividade como muito positiva porque possibilitou a integração em torno de um ponto comum a elas, que têm pessoas autistas na família.
O autismo, que atualmente recebe a denominação de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma síndrome que atinge 2 milhões de brasileiros, sendo que em crianças o autismo é mais comum que o câncer, a Aids e o diabetes. No mundo, a ONU (Organização das Nações Unidas) estima que existam mais de 70 milhões de pessoas com autismo. O diagnóstico, de acordo com a fonoaudióloga Tames Cristina Lima, pode ser feito através da observação clínica e pela história relatada pelos pais ou responsáveis.
Os déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais são manifestados por déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas para interação social, na falta de reciprocidade social e na incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de amizade apropriados para o estágio de desenvolvimento. Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades.
Em sua palestra, Tames Cristina Lima destacou pontos fundamentais na atenção ativa aos autistas, dentre os quais a convivência com a diversidade e o respeito às necessidades e direitos dos outros, valorização da pessoa com um todo e colocar-se no lugar da pessoa. “Todos nós estamos aprendendo e nos desenvolvendo o tempo todo, principalmente porque o autismo não é um inimigo, mas faz parte da sua criança. É fundamental sentir-se feliz e apreciar o que a criança tem”, enfatiza. A coordenadora da Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas, Ana Karolina Zampronio Bassi, informou que o grupo terapêutico foi criado quando a equipe percebeu uma grande demanda de pessoas com autismo.
Atualmente são 18 pacientes em atendimento com estagiários e, por conta da demanda, também existe uma lista de espera. “Hoje, com a demanda, a clínica também abriu atendimento terapêutico particular com profissionais fonoaudiólogos”, informou a coordenadora, acrescentando que a Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas possui um laboratório de estudo da comunicação e que o fato de contar com o suporte de um médico neurologista nas discussões e avaliação dos casos propicia evolução nas atividades terapêuticas.