Entrevista dia do nutricionista: Conheça a história da Nutricionista Luna Mares

Em homenagem ao dia dos profissionais Nutricionistas – 31 de agosto, o Centro Universitário São Lucas homenageia profissionais que se destacam na Nutrição.

Entrevistamos a Nutricionista Luna Mares Lopes de Oliveira graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Piauí (1990), com especialização em Saúde Pública (1996), especialização em Nutrição Clinica (2008) e mestrado em Biologia Experimental pela Universidade Federal de Rondônia (2003). Atualmente é professora titular do Centro Universitário São Lucas e nutricionista no Governo do Estado de Rondônia.

 

UNISL: Como foi sua trajetória profissional?

Nutricionista: A minha vida inteira foi marcada por grandes desafios e dificuldades, as quais eu tinha a convicção de superar. Fui uma criança muito tímida, porém determinada a mudar de vida.  Fazer o vestibular para nutrição ou “nutricionismo” para os leigos, há 30 anos, parecia falta de opção. Quem saberia explicar o que faz uma pessoa formada nesta área? Acho que somente minhas professoras (risos). O meu ingresso para universidade foi comemorado com uma “big” festa com os amigos, claro que cada um levou alguma coisa. Afinal, a Universidade Federal era a única opção de curso superior, portanto, mesmo sem compreender o que eu seria ao formar, passar no vestibular já era o máximo.

Foram 4 anos e meio (meio devido a greves) de caronas, ônibus lotados, falta de grana pro ônibus, pro tênis e até para pagar o almoço no RU. Mais para o final do curso, sentindo-me a pessoa madura e independe (eu havia conseguido um emprego que custeou minhas despesas), combinava com a galera de jantar no RU na sexta e depois bater pernas para ouvir musica ao vivo no barzinho chamado: Nós e Elis (Elis Regina). Houve greves onde se queimaram ônibus, foi assustador. Fizemos uma viagem inesquecível de ônibus do Piauí para o Rio de Janeiro para participarmos de um ENENUT (Encontro Nacional de Estudantes de Nutrição).

E a formatura? Inesquecível. Desde a aula da saudade, missa e colação de grau, tudo maravilhoso. Na mesma semana casei-me e fui morar em Cacoal. Por falta de opção comecei o curso de matemática na UNIR de lá. Passei no concurso de nível médio para a Vigilância sanitária e mesmo assim, foram 08 meses desempregada. Chorava todos os dias.

Dai, prestei concurso para a prefeitura de Porto Velho e antes de ser chamada vim a convite da nutricionista chefe, trabalhar no Hospital de Base. Lá foi a minha verdadeira escola de profissão e de vida.  Aprendi como deve e como não deve agir um nutricionista. A equipe de quatro nutricionistas trabalhava em todas as frentes: produção, administração de pessoal, fornecimento e atendimento aos pacientes. Foi um período muito difícil, onde a melhor coisa que havia era a nossa amizade e o respeito reciproco dos nossos funcionários. Era difícil lidar com uma tendência corruptiva do sistema na época. Conseguimos preservar a nossa integridade moral e civil e ao mesmo prestar o melhor serviço aos nossos clientes.

Veio o concurso e eu fui aprovada como primeira colocada nas duas fases (uhu!!). Vieram outros nutricionistas e em fim, acho que já éramos umas 15 a 20 na cidade toda. Reuníamo-nos para escolher a representante do conselho, para planejar o dia do nutricionista. No dia do nutricionista fazíamos pit stop no Rio shopping, nos correios em escolas e fizemos dois grandes eventos, um com a presença ilustre de Marcia Vitolo e o outros sobre terapia nutricional enteral e parenteral, em uma época em que pouco se conhecia sobre o assunto.

 

UNISL: Qual momento foi mais marcante na sua carreira?

Nutricionista: Todas estas passagens foram marcantes. Quero destacar uma história bem antiga. Quando eu trabalhava na pediatria do hospital de base, tentei, junto com a pediatra, salvar a vida de uma criança muito desnutrida, feridas na pele, diarreia incoercível, tentamos de todas as formas possíveis por algumas semanas, mas não conseguimos.

Atualmente, eu trabalho também em UTI e hoje eu encontrei na clínica dois pacientes que estiveram graves, que se recuperaram e tiveram alta para a clínica médica, isto é gratificante.

 

UNISL: Qual seu conselho para os estudantes de nutrição?

Nutricionista: Eu aprendi em 26 anos de profissão que as vitórias devem ser a nossa meta e para tanto, é preciso ficar atento a todas as possibilidades de alcança-las, para que as marcas que elas deixam possam ser acariciadas e compartilhadas. Coloquem-se sempre no lugar do outros e mantenha Deus sob o comando. Mantenham-se sempre dispostos a aprender o novo, pois não é preciso avançar na idade para ser velho basta ser ultrapassado.