Entenda como é feita a doação de pele no Brasil
Com mais de 140 vítimas de queimadura internadas por causa do incêndio na boate em Santa Maria (RS), a necessidade de doação de peles para os feridos se tornou urgente, porém a maioria das pessoas não sabe como que é realizado este procedimento. Para esclarecer as dúvidas fizemos uma matéria a fim de informar como é realizada a doação de pele no Brasil.
Transplante de tecidos ou doação de pele é chamado o procedimento cirúrgi...co que busca retirar tecido (ou parte deles) de um indivíduo (o doador) para realocá-los em outra pessoa que esteja necessitando (o receptor). Em certos casos, o individuo que doa pode ser o próprio receptor. O processo de doação é feito através da retirada de uma camada muito fina da pele deixando a região levemente esbranquiçada, depois desta etapa à pele é encaminhada a tratamento, para examinar a qualidade deste tecido, logo em seguida ela é totalmente tratada e por último é encaminhada para algum banco de pele.
A importância do transplante de pele para uma pessoa com queimaduras é fundamental. Quando uma pessoa perde a pele, o local fica exposto a muitas bactérias e infecções fazendo com que o organismo perca a proteção, ao calor, iniciando a perda de líquidos no organismo.
A pele doada refaz a barreira no local momentaneamente, agindo como um curativo, por até três semanas. Diferentemente de órgãos como coração, rim e outros, não precisa haver compatibilidade do doador com o doente, pois a pele doada é usada provisoriamente até o paciente ter condições de realizar uma cirurgia para a retirada de uma parte da própria pele para realização do enxerto.
Em Rondônia de acordo com o cirurgião plástico, Rodolfo Korte, o enxerto é procedimento mais realizado em vítima com queimadura no estado. O enxerto é um pedaço de pele retirada de uma área corpórea (a área doadora) e transferida à outra área receptora, restabelecendo assim um novo suprimento sanguíneo. O enxerto pode ser realizado no Hospital de Base de Porto Velho ou em qualquer outro hospital que possua um cirurgião plástico disponível.
Como ser um doador e permitir uma doação
Em casos de doação após a morte, as famílias são responsáveis por decidir se haverá ou não doação. Por isso quem quer ser um doador deve conversar com os familiares e deixar claro que em situação de morte deseja que seus órgãos e tecidos sejam doados para salvar e melhorar a qualidade de vida de terceiros. Não é necessário deixar documentos por escrito, apenas se assegurar de que a família entenda o desejo de doação. Os familiares devem garantir que autorizarão o procedimento após a confirmação da morte cerebral.
Vale ressaltar que a doação de pele não desfigura o cadáver. Além disso, a coleta é em áreas que não ficam expostas no momento do velório.
Em Rondônia ainda não é realizado este procedimento de doação de pele.
A Sociedade Brasileira de Queimaduras estima que ocorra um milhão de casos de queimaduras a cada ano no país. Desse total, aproximadamente 5.000 poderiam se beneficiar dos bancos de pele se existissem mais divulgação e unidades adequadas em todo o Brasil.
As filas de transplantes são imensas para todos os conjuntos sociais no Brasil, entretanto são muito maiores para jovens. Autorizar a doação de órgãos e tecidos de crianças e adolescentes é um admirável ato de solidariedade que salva vidas que ainda estão começando e tem tudo para serem plenamente aproveitadas.