Egressa de Biologia é aprovada para Mestrado na UFPE
A egressa Angelina de Meiras Ottoni foi aprovada para Mestrado em Biologia de Fungos da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), num processo seletivo que consistiu da prova de Micologia e da prova de Inglês, que são etapas eliminatórias, e da avaliação do currículo, que é a etapa final e classificatória. Para o seu Mestrado, Angelina escolheu a linha de pesquisa na área de Taxonomia e Ecologia de Fungos (Macroscópicos). Foram 40 inscritos que tiveram sua inscrição deferida para 19 vagas ao mestrado, divididas em 5 linhas de pesquisas. Angelina Ottoni informou que o processo seletivo aconteceu de forma tranquila, mas não escondeu que viveu a grande expectativa que antecedeu as provas. “A expectativa em relação à seleção era grande, acredito que para todos os concorrentes, principalmente em relação à prova”, mencionou a bióloga, acrescentando que, ao participar do processo, percebeu que o mestrado em Biologia de Fungos da UFPE é uma oportunidade para quem realmente se preparou. “A aprovação não depende da influência de orientador ou de algo parecido porque ocorre de forma justa e limpa”, destacou.
Segundo Angelina Ottoni, a estrutura da prova de Micologia surpreendeu a maioria dos candidatos porque foi bem diferente da prova de 2013. “Acredito que, de cara, foi um dos requisitos que já eliminou um bom número de candidatos, sendo aprovados somente 9 candidatos. Este desafio exigiu muito de mim, principalmente por causa do momento em que eu estava, por conta de alguns problemas que tive durante esse período, porém me mostrou que tenho uma capacidade de dedicação, disciplina e adaptação num limite que eu não imaginava alcançar”, acentuou. A fase de preparação para o processo seletivo, conforme Angelina Ottoni, literalmente foi uma ‘corrida contra o tempo’, tendo em vista que esperava que somente fosse realizado em novembro, a exemplo dos anos anteriores. Ela disse que ficou sabendo da abertura do edital da seleção de mestrado em Biologia de Fungos por acaso, na noite de 1º de agosto, ao entrar no site do Departamento de Micologia-UFPE para obter informações sobre a Especialização em Micologia. Após verificar esta informação, Angelina disse que decidiu dar uma ‘espiadinha’ no site do mestrado e levou um verdadeiro susto ao ver que o edital tinha acabado de ser publicado naquele mesmo dia e que a prova já seria no dia 15 de setembro, 5 dias antes da sua festa de formatura. “Fiquei apavorada porque pensei que teria tempo para estudar com calma após a festa, mas tudo mudou. Comuniquei a professora Allyne Christina, que foi logo me acalmando, me dando todo o apoio que eu necessitava naquele momento. Naquela mesma noite já comecei a estudar porque precisava ser aprovada”, assinalou.
Angelina destacou o importante apoio da professora Allyne Silva que a ajudou a organizar o conteúdo a ser estudado, conforme a literatura pedida no edital, tema por tema, o que lhe permitiu estudar pouco a pouco, todos os dias sem parar, sempre sob o auxílio e orientação da docente. “Confesso que em alguns momentos entrava em desespero porque quanto mais eu lia o conteúdo, mais conteúdo ia aparecendo, mas a professora Allyne sempre conseguia me acalmar com sua confiança e paciência”, disse. A egressa destacou, também, que os conhecimentos obtidos em sua graduação na Faculdade São Lucas foram decisivos para o seu sucesso rumo ao Mestrado. “A graduação na São Lucas teve um papel importante para esta conquista, visto que auxilia os seus alunos a continuarem a profissionalização através de seus docentes. No entanto, em relação ao conhecimento específico dessa área obtido em sala de aula, deixou a desejar por não ter na grade curricular do curso uma disciplina específica, o que me levou a dedicação maior em minha preparação. Estudar Micologia para mim não foi e nem é uma peso, mas sim algo prazeroso. Quanto mais eu aprendia, mais dúvidas me apareciam e assim fui buscando cada vez mais e acabava não conseguindo me desgrudar dos livros e isso aumentou mais o tempo que eu dedicava para estudar”, assinalou.
Angelina Ottoni disse que começou a descobrir sua afinidade com a pesquisa de fungos no sétimo período do Curso de Biologia. “Eu estava completamente perdida porque praticamente estava concluindo o curso e não conseguia me decidir em qual área iria atuar porque sempre gostei de tudo na Biologia. Foi ao final de uma aula com a professora Ana Cristina quando resolvi conversar com ela, que me deu a ideia de trabalhar com fungos. Confesso que não fiquei animada com a ideia porque preferia as briófitas que eu já conhecia junto com professora Allyne, que tinha acabado de retornar de Recife e estava à frente da coordenação do curso. A professora Ana Cristina me encaminhou para a professora Allyne com quem tive o primeiro contato com a área de Micologia durante coletas realizadas no Parque Estadual e na FLONA de Humaitá/AM, juntamente com a professora Allyne, com o professor Elton e os alunos Victor Coimbra e Nelson Lima-Júnior , que fazem Doutorado na UFPE. Depois deste contato com os fungos macroscópicos foi "fungo a primeira vista" como digo para a professora Allyne. Fiz também o curso de Biologia Molecular de Fungos ministrado pelo Nelson Lima-Júnior e assisti a uma palestra sobre Agaricales ministrada pelo Victor, quando confirmei a minha área de atuação”, detalhou.
A nova bióloga analisa que o mercado regional na área de Micologia é promissor, com muita pesquisa a ser feita, tendo em vista a escassez de profissionais na área. Por ser uma área ainda relativamente nova, quando comparada à Botânica e à Zoologia, ainda faltam incentivos para pesquisas, não só na Taxonomia e Ecologia de Fungos, mas em outras linhas de pesquisa como Biotecnologia, por exemplo. “Costumamos dizer que a Micologia é uma área que ainda está ‘gatinhando’, principalmente aqui na Região Norte e por isso há muito para ser feito e descoberto, e que futuramente em nossa região poderemos ter novas áreas de atuação para o Micológo”, disse. Angelina Ottoni informou que sempre quis fazer minha faculdade na área ambiental, mas foi no 2º ano do Ensino Médio que se apaixonou pela Biologia, por meio do seu professor da disciplina. “Depois que conheci a Biologia, através do olhar desse professor, descobri que a Biologia era minha vida e no decorrer do curso só confirmei essa paixão”, acrescentou. Segundo a egressa, o curso de Biologia da FSL é o melhor da capital, e tem mostrado que cada vez mais pode mudar para melhor e faz isso continuamente. Em seu TCC, Angelina trabalhou com fungos poróides, sob a orientação da professora Allyne, realizando levantamento das espécies do Sítio Primavera, localizado sentido Humaitá/AM. Ela disse que este levantamento teve grande importância no conhecimento da micobiota do Sítio e da região porque não havia sido feito nenhum levantamento anterior ao nosso e não se sabia quais espécies de fungos poróides poderiam ser encontradas na área estudada. “Esse trabalho é uma pesquisa de base que subsidia novas pesquisas em outras áreas utilizando esses fungos, e contribuiu para o conhecimento da distribuição das espécies de fungos poróides na Floresta Amazônica, aumentando a chance de conservação das mesmas. Quero destacar aqui o meu agradecimento à professora Allyne Christina pela oportunidade de aprender com ela sempre, pela confiança, incentivo e tempo dedicado a mim; à professora Ana Cristina, que é um grande exemplo para mim, como pessoa e profissional, e por sempre me fazer querer ser melhor; ao professor Elton Bill pelo incentivo e ajuda durante minha pesquisa. Enfim, quero agradecer à Faculdade São Lucas por dotar o curso de Biologia de docentes comprometidos com a arte de ensinar e aprender, que nos ouvem sempre quando precisamos, que nos repreendem quando merecemos e nos mostram o quanto somos capazes de ir sempre mais longe, de procurarmos ser os melhores naquilo que formos fazer”, complementou.