Acadêmicos destacam intercâmbio com a UFPE

O Curso de Ciências Biológicas da Faculdade São Lucas sempre marca presença em eventos científicos realizados no Nordeste, onde os acadêmicos conseguem ser destaque com seus trabalhos apresentados e ampliam seus conhecimentos através do intercâmbio com alunos e pesquisadores de outras instituições de ensino superior daquela região. Com a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), o intercâmbio tem sido marcante para o aprendizado dos alunos, que fazem questão de enfatizar a importância dos contatos com alunos e pesquisadores da instituição como um fator determinante para o seu crescimento acadêmico.

 

Neste mês, os acadêmicos Samuel Oliveira Almeida (6º período) e Alessandra Menezes Martins (4º período) participaram do III EPEM (Encontro Pernambucano de Micologia) com a apresentação em banner dos trabalhos “Eumicetoma podal: relato de caso” (micologia médica) e “Marasmius Amazônicus: Nova citação para a Amazônia brasileira” (taxonomia e diversidade). Realizado de 8 a 10 deste mês no Centro de Ciências Biológicas e Centro de Ciências da Saúde da UFPE, o Encontro teve como objetivo promover a interação entre alunos e pesquisadores das diversas áreas da Micologia do cenário regional, além de contribuir para a divulgação das pesquisas micológicas realizadas pela comunidade científica de Pernambuco e de outros estados do País. Nessa perspectiva, foram promovidas palestras, mesas-redondas e minicursos sobre os diferentes temas relacionados à Micologia, apresentando a alta aplicabilidade dos fungos para a sociedade, além da grande importância desses organismos para a manutenção da vida em diferentes ecossistemas.

 

Alessandra Menezes fez questão de agradecer o apoio do professor Elton Bill, docente do curso e um dos grandes especialistas na área da Micologia em Rondônia, destacando que sua participação no Encontro Pernambucano de Micologia representou um aprendizado importante, principalmente por conta dos contatos mantidos com pesquisadores da UFPE e com acadêmicos de outros estados. “Uma grande motivação para a minha vida acadêmica e pessoal”, acrescentou a aluna. Por seu lado, Samuel Oliveira destacou a importância das palestras e o fato de o Encontro ter sido organizado exclusivamente por alunos da UFPE. “Pude conhecer de perto os laboratórios da Universidade onde são realizadas as pesquisas sobre micologia, especialmente porque pretendo dar continuidade aos meus estudos nessa área naquela Instituição”, disse Samuel Oliveira, que também mencionou os contatos mantidos com pesquisadores e escritores renomados.

 

Trabalhos

 

O trabalho científico produzido por Alessandra Menezes Martins, orientada pelo professor Elton Bill Amaral de Souza, destaca a eumicetoma como sendo uma infecção crônica, determinada por fungos propriamente ditos ou eumicetos com localização predominante podal. A doença se inicia como uma tumefação ou nódulo endurecido que evolui gradativamente com grande tumoração e saída de material serossanguinolento ou purulento através de fístulas. Segundo a pesquisa, os pacientes do gênero masculino e trabalhadores rurais são mais susceptíveis a desenvolver micetoma devido sua atividade diária. Alessandra Menezes informou que o trabalho é baseado em caso de eumicetoma numa paciente de 32 anos, residente em Porto Velho, que foi atendida no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) e encaminhada para o Laboratório de Micologia Médica do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) em Porto Velho.

 

Já o trabalho científico produzido por Samuel Oliveira Almeida, com a orientação da professora Alynne Christina Gomes Silva, evidencia que o gênero Marasmius compreende espécies popularmente conhecidas como cogumelos, na sua maioria saprófitas, e teve como proposta ampliar o conhecimento sobre Marasmius na Amazônia brasileira.  Foram realizadas coletas entre novembro de 2013 e abril deste ano na Flona do Jamari, no município de Itapuã do Oeste. Samuel Oliveira informou que as análises morfológicas e a identificação basearam-se nos padrões metodológicos utilizados para o grupo. “O material foi analisado e identificado como Marasmius amazonicus Henn e encontra-se depositado no herbário Dr. Ary Tupinambá Pinheiro, da Faculdade São Lucas”, disse. O acadêmico acrescentou que a espécie é rara, apresentando registro para o Brasil e Bolívia, representando o terceiro registro para a ciência, segundo registro para Amazônia brasileira após 113 anos e primeiro registro para o estado de Rondônia. Samuel Oliveira observou que a Flona do Jamari apresenta uma grande biodiversidade, sendo importante para a conservação de espécies rara.