Acadêmicos da São Lucas são destaques na revista Arquivos de Gastroenterologia
A oportunidade de realizar o trabalho surgiu a partir do grupo de pesquisa sobre doenças infecciosas e negligenciadas voltado à epidemiologia e a saúde pública no curso de medicina da instituição. Por meio de levantamentos epidemiológicos sobre hepatites virais em Rondônia foi feito a pesquisa da doença focada na saúde pública.
Acadêmico do 11º período de medicina, Gabriel de Deus Vieira, conta que após concluir o trabalho surgiu à idéia de encaminhar para revista “Arquivos de Gastroenterologia” para uma possível publicação, momento em que foi imediatamente aceito. “A revista é em inglês indexada na Scielo, Pubmed e Scopus, tem circulação nacional, sendo publicada pela Federação Brasileira de Gastroenterologia e Sociedade Brasileira de Hepatologia, sendo a principal revista relacionada à gastroenterologia no Brasil” salientou.
Gabriel explica ainda, que o tema escolhido tem a ver com a abrangência da doença e, principalmente, por se tratar da região Norte, considerada hiperendêmica. “A hepatite B está presente em todo o mundo, sendo que aproximadamente 360 milhões de pessoas são portadores crônicos do vírus e mais de um milhão de indivíduos infectados morrem todo ano devido às complicações dessa doença. No Brasil, a doença é considerada um importante problema de saúde pública”, destaca.
Em Porto Velho, existe o Centro de Medicina Tropical (CEMETRON), que é referência no diagnóstico e tratamento da doença, além do CEPEM e a Fiocruz, que realizam pesquisas voltadas a parte molecular do vírus.
Para desenvolver a pesquisa foi necessário fazer um estudo seccional para analisar dados epidemiológicos da doença e preparar um mapa com a distribuição espacial da hepatite em todo o estado, por meio de dados coletados em pacientes, cujo diagnóstico, foi realizado entre os anos de 2002 a 2012 nas unidades do Sistema Único de Saúde. Com isso, foi possível verificar quais municípios de Rondônia possuem as maiores incidências da doença.
Ele ressalta que diante dos dados colhidos em 10 anos de estudo foi possível verificar que o estado de Rondônia possui uma elevada prevalência da doença, com 7.132 casos entre 0 e 96 anos. Entre os 52 municípios, Monte Negro, Ariquemes e Vilhena chamaram atenção para a grande incidência de casos e registraram 187,6/100.000 habitantes; 175,2/100.000 habitantes; 136,2/100.000 hab., respectivamente, que chegou a superar a média que é 6,5/100.000 hab. “Isso deve servir de alerta para as autoridades direcionar as medidas de saúde para esses municípios com as maiores índice da doença, pois acreditamos que essas taxas possam ser ainda maiores, devido à subnotificação de casos”, argumentou o acadêmico.
Além de Gabriel, o projeto envolveu as acadêmicas Mayara Florão, Karen Priscilla Oliveira Castro e Thaianne da Cunha Alves, e orientado pelos professores Camila Maciel de Sousa, Luís Marcelo Aranha Camargo, Eduardo Rezende Honda e Spencer Vaiciúnas.