Acadêmico destaca incentivo à pesquisa na Faculdade São Lucas
A iniciação científica é de extrema importância porque permite ao aluno de graduação despertar a vocação para a pesquisa científica e desenvolver um espírito ético e profissional. A avaliação é do acadêmico Adriel Denner Oliveira da Silva, do curso de medicina da Faculdade São Lucas. Adriel Denner diz que, além de impulsionar a aquisição de conhecimento técnico e científico, a iniciação científica possibilita a convivência com sua área de atuação antes da conclusão do curso, ou a descoberta de novas áreas. Segundo ele, a iniciação científica vem de encontro às necessidades do acadêmico em descobrir novas maneiras de aprendizagem, dentre as quais a busca por artigos científicos, a troca de informação com outras instituições e o envolvimento interdisciplinar que contribui para a consolidação de um pensamento amplo com relação à pesquisa. “O corpo docente da Faculdade São Lucas se preocupa com a pesquisa e com o desenvolvimento de novos pesquisadores. Tivemos a oportunidade de desenvolver um projeto de iniciação científica sobre a ocorrência de angiostrongilíase em Porto Velho, que possibilitou ampliar o conhecimento e despertou o interesse pela pesquisa científica. Agradecemos a oportunidade dada pelos professores Luis Marcelo Aranha Camargo, Marcelo Custódio Rubira e Ana Paula Rubira, que nos incentivaram. Atualmente a Faculdade São Lucas tem vários orientadores de pesquisa, dentre os quais os professores Luis Marcelo Aranha Camargo, Andreimar Martins Soares, Camila Maciel de Souza, Allyne Christina Gomes Silva, Anselmo Enrique Ferrer, Ana Paula Fernandes De Angelis Rubira e Ana Cristina Ramos”, destaca o acadêmico de medicina.
A pesquisa sobre a ocorrência de hospedeiros intermediários de Angiostrongylus cantonensis em Porto Velho foi desenvolvida por Adriel Denner Oliveira da Silva, Adriane Mendes Caminha Lima, Bárbara De Figueiredo Tenório, Ana Catarina Ferreira dos Santos, Grazielle Morais Tavares e Fernanda Gabry Scazuza Gomes de Souza, envolvendo ainda Carlos Graeff Teixeira (Prof. Dr. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Roberta Lima Caldeira (Pesquisadora do Centro de Pesquisa René Ranchou), sob a orientação do Prof. Dr. Luis Marcelo Aranha Camargo, coordenador do Departamento de Medicina da Faculdade São Lucas. A pesquisa teve como objetivo investigar a presença de larvas de A. cantonenis em moluscos da espécie A. fulica nos bairros Triângulo, Baixa da União e Cai n´Água, em Porto Velho/RO, além de alguns roedores (ratos) nos arredores do campus da Faculdade São Lucas, no bairro Areal. Foram coletados 200 moluscos nos referidos bairros, cujas larvas encontradas foram contadas, coletadas e acondicionadas em geotubos para análise molecular. O estudo concluiu que a investigação e a vigilância epidemiológica são fundamentais, levando em conta que já foi registrada a presença de moluscos infectados com A. cantonensis em oito estados brasileiros (Pará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina).
A pesquisa informa que o molusco Achatina fulica ou gigante africano, provavelmente foi introduzido no Brasil a partir de 1988 com finalidade gastronômica, em substituição ao scargot. No entanto, esse tipo de alimento não atraiu o consumidor brasileiro. Em virtude disso, os caramujos foram soltos no ambiente silvestre, provavelmente por desinformação e atualmente podem ser encontrados em 23 estados brasileiros. O molusco pode ser vetor de duas importantes antropozoonoses: Angiostrongylus cantonensis (helminto pulmonar de roedores, agente etiológico da meningite eosinofílica humana) e A. costaricensis (o agente da angiostrongilíase abdominal).